quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Jabá


Jabá:"Propaganda oportunista que se faz sobre algum produto ou serviço comercial de forma espontânea, mas em momento inadequado (o jabazeiro é sempre aquele "chato").Há também o jabá pessoal, em que o indivíduo vende a própria imagem. Pessoas desesperadas por emprego ou simplesmeste exibicionistas crônicas costumam valer-se desse tipo de jabá" (Dicionário Informal).
Ou, pela minha interpretação, viver de imagem, sem substância, não viver o momento (foda-se o Carpe Diem, né). Parar de fazer aquela coisa legal que você está fazendo com seus amigos para tirar uma foto em troca de “likes” e perder o fio da meada depois. O custo (emocional e financeiro) de estar sempre em dia com seu jabá é muito alto, isso cansa.
Mais que isso, dar importância a coisas como marca de roupa, quando me mudei para cá (Avaré) as crianças da quinta série (10 e 11 anos) me perguntavam a marca da minha roupa e onde ou tinha comprado. Obviamente, comportamento imitando os adultos. Coisas baratas ou se usasse coisa de menino (eu não sabia que tinha diferença --‘), era zuada, mas facilmente extinguia o comportamento dos colegas por não ligar pra zuera, afinal, eu não ententia o que estava acontecendo, eles não diziam que o que importava era o preço que meus pais tinham pago nas minhas roupas, implicitamente era isso, fui entender depois.
Tênis Nike, Adidas outros que eu não sei, eram admirados, as imitações eram caçoadas. Mas, porra, era a merda de um tênis, isso que eu não entendia, a gente ia sujar aquela caralha na educação física.
Então, você tem que constantemente estar em dia com seu auto-jabá, sua promoção pessoal, seu status, pois, os outros comentam e como comentam. Em minha adolescência tive uma época de me vestir porraloka (quem não teve), resultado, aos 20 anos fiquei sabendo que nessa época rolava comentários que eu tinha ido pra rehab por uso de dorgas pesadas (Oi?). Isso é viver em Avaré, é viver em uma grande brincadeira de telefone sem fio.
Portanto, deixe sempre em dia o auto-Jabá, por mais impalpável que a vida possa te parecer; por mais que você não dê conta dos crediários das roupas, bolsas e sapados de marcas; por mais que sua vida seja uma merda, não perca oportunidades no Facebook, aquela selfie falsa cazinimiga, aliás, sempre pare tudo o que está fazendo pra tirar uma selfie; selfie no banheiro, selfie no acidente, selfie na frente do incêndio, selfie no enterro da avó, selfies,  selfies, selfies...
Se isso não te trazer felicidade e um dia você sentir que desperdiçou a vida tentando acumular “likes”, pelo menos deixará muitas fotos para sua página memorial no Face, na qual essas curtidas não terão nenhuma importância e depois de um tempo ninguém mais vai acessar.